quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Passagens inevitáveis

Ontem atravessei
A barreira da razão.
Fingi saber que não sei
Viver na imensidão.

Hoje, me deparei
Com a pura desilusão.
Achei o que procurei:
Eu e a solidão.

Passou por mim a lembrança
De um passado com esperança.
Ficou para mim o presente
Do passado de uma criança.

Mal eu podia crer
Que estava para acontecer
Triste coisa fatal.
Ao chegar do anoitecer,
Faz-se aparecer
A dor de um golpe final.

A nuvem escureceu.
O céu desabou sobre mim.
A terra estremeceu,
Perante tal coisa assim.

As flores mais belas murcharam
E caíram em solo encharcado
Com vastas desilusões
De um poeta fracassado.

Fiquei sem o que fazer
Para mudar o meu triste destino.
Depois de um forte abraço,
Vi-me fraco, chorando, sorrindo.

Perguntava: tudo isso por quê?
Questionava o motivo da vida.
Esperava que pudesse valer
O preço da vida sofrida.

Foi difícil, contudo, achar
Motivos que me fizessem lembrar
Razões para isso comigo.
Para ser aprovado, porém,
Sei, é preciso passar
Pela prova chamada castigo.

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