domingo, 15 de julho de 2007

Quadra

À noite cai o sereno
E a lua diz para o sol:
O escuro é tão pequeno,
Perante a luz do farol.

Quadra

Fazem “daqui” o inferno,
Caos do dia-a-dia.
Se sonhar fosse eterno,
O pesadelo lamentaria.

Simples

Antes de tudo, o que existia?
Não sei o que responder.
Ah, alguém saberia?

Por que não compreendemos,
Agora, o que houve antes?
Uns dizem: sabemos.
Lorotas dos seres falantes.
Antes, sobre este eles sabem,

Argumentam com fatos concretos.
Upa! E o antes do antes:
Rios, fogos ou fetos?
Éramos o que somos:
Legítimos em evolução?
Iremos ser o que fomos?
Obituários responderão.

Buzinas assim sempre vêm.
Ainda bem, elas vêm, ainda bem...
Ruim se viessem a ninguém.
Brandas, as sinto tocar,
Ociosas, em hora ociosa.
Será seu efeito simples, tal qual
Ana Paula Barbosa?

Margarida, flor

Margarida de muitas vidas,
Amor de muitos corações,
Raio que rasgou o céu,
Gostoso mel,
A pureza nas canções;
Raiz do nosso aprendizado,
Ilustração do nosso viver,
Debelando as dificuldades,
Avançando, insiste em crescer.

Transmitiu e transmitirá
Respostas e lições de vida.
Imensidão de amor p’ra dar,
No jardim da margarida.
Dentre muitas outras cores,
A sua possui um raro esplendor.
Descreve a razão da vida:
Ela, Margarida, flor.

Diz, através de sua beleza,
Emoções que jamais serão esquecidas.

Deus, abençoe essa Margarida
E a faça crescer com sutileza!
Universo em você, você na vida.
Sonho eterno, Margarida, querida.

Enigmático

Beleza rara sobre o véu
Encontra só quem insiste.
É doce almejar o céu;
É amargo viver triste.

No poema de um papel,
Enigma vital existe.
Viver ao sabor do mel:
Sonho que não persiste.

Contudo, mesmo sabendo
Ver o sonho que existe,
Em momentos, parecer fel,

Desejo estar vivendo,
Amargo, doce ou triste,
À poesia fiel.