domingo, 20 de dezembro de 2009

Discurso da formatura

Amigos,

Tenho algo muito importante a dizer: “não há amigos”. O que há são almas gentis e caridosas, que estão sempre ao nosso lado, doando sempre muito de si, recebendo sempre um pouquinho de nós, haja o que houver, aconteça o que acontecer, cantando sempre a uma só vós.

Abraão Lincoln, há séculos, já alertava aos oradores para o que, em português, se convencionou chamar de os três ‘esses’: “Sê sincero, sê sucinto e senta-te”. Dando ouvidos a isso, juro que este discurso não será longo, maçante e cansativo. Prometo desenvolver uma idéia sucinta, mas criativa, assim como palavras breves, mas ricas em conteúdo, o que é mais do que um dever de minha classe profissional, que trabalha, em grande parte, com informação - é um direito de todos vocês, ouvintes. Cessem os passos, cessem as vozes, cessem os movimentos!

O que mais vale para o ser humano é sua palavra - mais até do que o dinheiro, do que o ouro ou do que quaisquer bens materiais. O dinheiro, o ouro, enfim, a riqueza material é passageira, mas o respeito pelo indivíduo de palavra permanece para sempre; as palavras voam com o vento e se perdem facilmente, mas o indivíduo de palavra é o caminho, a verdade e a vida. Acabamos de fazer, minha turma e eu, nosso juramento como profissionais de Informática, demos nossa palavra de honra a todos, firmamos compromisso.

Agora, neste momento, sem nos desfazer do que já dissemos, e, acredito, em comum acordo com a opinião de grande parte dos que aqui se formam, sentimo-nos obrigados a pedir a Deus, ou ao Universo, ou à força da natureza que nos guarde e resguarde. Assim, poderemos, não somente expressar, hoje, por meio de palavras e de juramentos, nosso compromisso com a ética e a moral da profissão, mas mostrar, amanhã, e sempre, por meio de gestos e de atitudes, nossa vontade de fazer a diferença. Cessem os passos, cessem as vozes, cessem os movimentos!

Ingressamos na Politécnica como simples alunos do curso de Informática e, agora, vemo-nos como técnicos. Sonhamos. Realizamos. E, durante nossa convivência, foram tantas emoções, brigas e discussões; foi tanta alegria, festa e folia. Foram casos e acasos. Acasos nem sempre por acaso e casos raros de se ver. Ah, quem poderá esquecer-se da loira e do português inteligentes?! Inteligentíssimos! E o baiano ligeiro? Esse, ninguém vai esquecer. Gente finíssima. Ah, só a Informática tem disso. Quem não se lembra do LP, que, já há algum tempo, foi substituído pelo DVD. É a Informática. No começo, sempre há tropeço; mas, no final, vitória. Pôr isso é que estamos, hoje, celebrando nossa formatura.

Particularmente, minha turma e eu queremos agradecer a algumas pessoas muito especiais, que se esforçaram bastante para que chegássemos até aqui, enfrentaram problemas e dificuldades conosco, com coragem e persistência, sem desistir jamais. Sem elas, não teríamos conseguido. Queremos agradecer a nós mesmos. Como dito antes - e todos hão de concordar - o esforço, o enfrentamento, a coragem e a persistência dessas “pessoas especiais” foram fatores importantíssimos para que chegássemos até aqui.

Ainda no ritmo de agradecimento, lembramos nossos familiares, amigos, professores e todos aqueles que contribuíram direta e indiretamente para nossa formação. Cessem os passos, cessem as vozes, cessem os movimentos!

E, para começar com o pé direito a vida de profissional de Informática, em tempos de juramentos e de compromissos, retiramo-nos daqui, reafirmando nosso juramento, com a certeza de duas promessas cumpridas, conosco e com vocês, e de mais um compromisso firmado - conosco e com a sociedade:

1º - Estamos aqui, hoje, somente porque obedecemos, durante dois anos, a uma rígida disciplina diária, estudando e nos dedicando com esforço e vontade de vencer;

2º - O discurso, como prometido, não machucou nem, sequer, despertou o sono de ninguém;

3º - Faremos de tudo para que as palavras proferidas nesta noite sejam, daqui a algum tempo, reconhecidas por todos, não só como discursos escritos ou palavras ao vento, mas como fatos concretos, oriundos de gestos e de atitudes de homens e de mulheres de palavra.

Andem! Falem! Movam-se! O futuro nos espera. Boa sorte a todos. Obrigado.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Merda é palavrão?

No último dia 14, recebi um e-mail muito interessante. Só para se ter uma idéia, o assunto era o seguinte: “MERDA - não é palavrão”. Fiquei abismado com a conveniência do conteúdo da mensagem tendo em vista uma conversa que tive alguns dias antes com uma amiga.

De pronto, mandei o conteúdo do e-mail que recebi para a tal amiga com a seguinte observação: “Incrível. Acabo de receber este e-mail hoje. São os Deuses conspirando a meu favor. Se prestar atenção ao item 18, vai ver que não sou tão pessimista assim. rsrsrs Beijão”

Para resumir toda a história, se é que isso seja possível, vamos ao que interessa. Tenho uma mania de, sempre que alguém (geralmente, mais chegado) pergunta como estou, como vou ou coisa do gênero, enfim, sempre que perguntam, eu digo o seguinte:

- "Na mesma merda de sempre!"

É claro que isso não significa que, literalmente, eu viva na merda. Essa expressão, a princípio, exagerada, nada mais é do que uma frase utilizada por mim com o objetivo de conseguir uma deixa do interlocutor.

No começo, a pessoa fica meio
surpresa e assustada, devido a essa resposta tão inesperada, e questiona, com palavras mais ou menos do tipo:

- "Que isso, Edivam!!??"

Aí, é que entra a grande frase:

- "Ué, pelo menos, não tá numa merda pior!”

Mas, como, na maioria dos casos, cada um tem uma reação diferente a um mesmo estímulo, nessa situação não foi de outra maneira. A senhora
minha amiga, espírita, gente finíssima, com o temperamento um pouco forte e uma crença firme na doutrina, também entrou na minha brincadeirinha. Pra quê!?

Ouvi poucas e boas, mesmo tentando explicar que não se tratava de pessimismo de minha parte, mas, sim, de bom humor.

Quanto ao e-mail que recebi com o assunto “MERDA - não é palavrão” e que enviei para a minha amiga, caso não a tenha feito mudar de idéia em relação ao meu suposto pessimismo, certamente a fez dar umas boas gargalhadas.

Vejam só, abaixo, que obra-prima. Alerto para o fato de que fiz algumas modificações, a fim de aperfeiçoar o conteúdo que, em sua essência, já era muito bom.

Merda é palavrão?

MERDA: uma das palavras mais ricas da língua portuguesa. Pode ser considerada um curinga do nosso idioma.

Vejam, a seguir, os exemplos da versatilidade desta palavra:

1 - Como indicação geográfica 1: "Onde fica essa MERDA?"

2 - Como indicação geográfica 2: "Vá a MERDA!"

3 - Como indicação geográfica 3: "18h vou embora dessa MERDA."

4 - Como substantivo qualificativo: "Você é um MERDA!"

5 - Como auxiliar quantitativo: "Trabalho pra caramba, e não ganho MERDA
nenhuma."

6 - Como indicador de especialização profissional: "Ele só faz MERDA."

7 - Como indicativo de MBA: "Ele faz muita MERDA."

8 - Como sinônimo de covarde: "Seu MERDA!"

9 - Como questionamento dirigido: "Fez MERDA, né?"

10 - Como indicador visual: "Não enxergo MERDA nenhuma!"

11 - Como especulação de conhecimento e surpresa: "Que MERDA é essa?"

12 - Como constatação da situação financeira de um indivíduo: "Ele está na MERDA."

13 - Como indicador de admiração: "Puta MERDA!"

14 - Como indicador de rejeição: "Puta MERDA! (É só mudar a entonação)"

15 - Como indicador de espécie: "O que esse MERDA pensa que é?"

16 - Como indicador de desordem: "Tá tudo uma MERDA!"

17 - Como constatação científica dos resultados da alquimia: "Tudo o que ele toca vira MERDA!"

18 - Como indicador de continuidade: "Na mesma MERDA de sempre."

19 - Como resultado aplicativo: "Epa, deu MERDA."

20 - Como indicador de performance esportiva: "O Fluminense não tá jogando MERDA nenhuma em 2009!!!"

21 - Como constatação negativa: "Que MERDA!"

22 - Como classificação literária: "Êta textinho de MERDA!"

26 - Como indicativo de ocupação: "Para você ter lido até aqui, é sinal de que não tá fazendo MERDA nenhuma!!!"