quinta-feira, 28 de junho de 2007

O raro amor

Acredito no amor eterno:
Aquele que não se finda,
Quando acaba a paixão.
Ou melhor,
Esse amor, no qual eu creio,
Nem deixa a paixão ir embora:
Ambos andam juntos,
São deveras inseparáveis.
Talvez,
Os outros amores
Nem mesmo sejam amores.
Quem sabe não são eles
Coisas outras mascaradas em amor?
O meu é eterno,
Eterno,
Eterno amor;
Para mim,
Qualquer outro amor que seja,
Passa com a mesma avidez com que chegou.
Presumo que o meu
Não seja somente meu.
Desejo que ele seja
Também de outros,
Que saibam tratá-lo direito,
Com carinho
E de tal jeito
Que um dia eu possa pular
De tanto que ele cresceu.
Pois agora,
Neste momento,
Olho em volta de mim
E o vejo ser considerado
Tão pequeno,
Apesar de sua grandeza;
Vejo-o ser posto de lado,
Juntamente com sua valiosa
E alva essência.
Fazem isso com ele.
E daí?
O amor que me faz viver,
Além de tudo,
Traz a certeza de que eu mesmo
Não o deixarei morrer
E que viveremos juntos -
Até que eu me vá
E ele se dissipe depois
Ou até que ele se canse da minha pessoa
E a deixe por aí,
À mercê da solidão.

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