terça-feira, 18 de agosto de 2009

Merda é palavrão?

No último dia 14, recebi um e-mail muito interessante. Só para se ter uma idéia, o assunto era o seguinte: “MERDA - não é palavrão”. Fiquei abismado com a conveniência do conteúdo da mensagem tendo em vista uma conversa que tive alguns dias antes com uma amiga.

De pronto, mandei o conteúdo do e-mail que recebi para a tal amiga com a seguinte observação: “Incrível. Acabo de receber este e-mail hoje. São os Deuses conspirando a meu favor. Se prestar atenção ao item 18, vai ver que não sou tão pessimista assim. rsrsrs Beijão”

Para resumir toda a história, se é que isso seja possível, vamos ao que interessa. Tenho uma mania de, sempre que alguém (geralmente, mais chegado) pergunta como estou, como vou ou coisa do gênero, enfim, sempre que perguntam, eu digo o seguinte:

- "Na mesma merda de sempre!"

É claro que isso não significa que, literalmente, eu viva na merda. Essa expressão, a princípio, exagerada, nada mais é do que uma frase utilizada por mim com o objetivo de conseguir uma deixa do interlocutor.

No começo, a pessoa fica meio
surpresa e assustada, devido a essa resposta tão inesperada, e questiona, com palavras mais ou menos do tipo:

- "Que isso, Edivam!!??"

Aí, é que entra a grande frase:

- "Ué, pelo menos, não tá numa merda pior!”

Mas, como, na maioria dos casos, cada um tem uma reação diferente a um mesmo estímulo, nessa situação não foi de outra maneira. A senhora
minha amiga, espírita, gente finíssima, com o temperamento um pouco forte e uma crença firme na doutrina, também entrou na minha brincadeirinha. Pra quê!?

Ouvi poucas e boas, mesmo tentando explicar que não se tratava de pessimismo de minha parte, mas, sim, de bom humor.

Quanto ao e-mail que recebi com o assunto “MERDA - não é palavrão” e que enviei para a minha amiga, caso não a tenha feito mudar de idéia em relação ao meu suposto pessimismo, certamente a fez dar umas boas gargalhadas.

Vejam só, abaixo, que obra-prima. Alerto para o fato de que fiz algumas modificações, a fim de aperfeiçoar o conteúdo que, em sua essência, já era muito bom.

Merda é palavrão?

MERDA: uma das palavras mais ricas da língua portuguesa. Pode ser considerada um curinga do nosso idioma.

Vejam, a seguir, os exemplos da versatilidade desta palavra:

1 - Como indicação geográfica 1: "Onde fica essa MERDA?"

2 - Como indicação geográfica 2: "Vá a MERDA!"

3 - Como indicação geográfica 3: "18h vou embora dessa MERDA."

4 - Como substantivo qualificativo: "Você é um MERDA!"

5 - Como auxiliar quantitativo: "Trabalho pra caramba, e não ganho MERDA
nenhuma."

6 - Como indicador de especialização profissional: "Ele só faz MERDA."

7 - Como indicativo de MBA: "Ele faz muita MERDA."

8 - Como sinônimo de covarde: "Seu MERDA!"

9 - Como questionamento dirigido: "Fez MERDA, né?"

10 - Como indicador visual: "Não enxergo MERDA nenhuma!"

11 - Como especulação de conhecimento e surpresa: "Que MERDA é essa?"

12 - Como constatação da situação financeira de um indivíduo: "Ele está na MERDA."

13 - Como indicador de admiração: "Puta MERDA!"

14 - Como indicador de rejeição: "Puta MERDA! (É só mudar a entonação)"

15 - Como indicador de espécie: "O que esse MERDA pensa que é?"

16 - Como indicador de desordem: "Tá tudo uma MERDA!"

17 - Como constatação científica dos resultados da alquimia: "Tudo o que ele toca vira MERDA!"

18 - Como indicador de continuidade: "Na mesma MERDA de sempre."

19 - Como resultado aplicativo: "Epa, deu MERDA."

20 - Como indicador de performance esportiva: "O Fluminense não tá jogando MERDA nenhuma em 2009!!!"

21 - Como constatação negativa: "Que MERDA!"

22 - Como classificação literária: "Êta textinho de MERDA!"

26 - Como indicativo de ocupação: "Para você ter lido até aqui, é sinal de que não tá fazendo MERDA nenhuma!!!"

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